Deslizo lentamente
deixando o rastro gosmento
no rejunte dos azulejos
estou sempre entre
carrego nas costas um mundo
em espiral
sem saída pra lugar algum
que não seja
meu próprio centro
ele não pesa mais que uma unha
e transparece encardido
fazendo parecer sujeira
os resquícios dos ares onde passei
Estou sempre entre
o rejunte e os azulejos
No rastro gosmento
deslizo lentamente