terça-feira, 19 de abril de 2016

Olhos de ressaca, de cigana oblíqua e dissimulada, triste, feliz, cheia de saudade, amante inexperiente das veias abertas da América Latina e do contorno dos corpos desenhado pelo sol das 18h que entra pelas frestas das portas. De desejos obscenos, obscuros, obsoletos, orgulhosos. Mulher à beira de um ataque de nervos. Sozinha, solitária, sola, só, com você, ele e todos ao redor. Mas ainda a ausência de solidão, de solidez e de sentidos. Sobrancelhas em V mal delineado pelo não desejo de dor, pelo menos sobre os olhos, entre vazios, vírgulas, volumes, variantes, vaidade e válvulas de escape, terceiro olho dividindo a linha de ressaca do mar do olhar no início da montanha pontuda que se mete em tudo que é assunto. Mergulhada na água doce do chá de hibisco, vermelha, cítrica, azeda. No minuto seguinte, tudo ao avesso.

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