terça-feira, 14 de outubro de 2014

Da beira

Pouco sargaço pra muito mar, e contra o vento os cabelos embaraçam, nós de tão difícil desate, mãos de tão difícil desentrelace. Espuma, uma espuma branca bóia no céu em tantos pedaços que o vento não consegue dissipar, mas ó paí, mesmo com tanto filtro não fallta luz, e vem é de todos os cantos, pele negra, olhos brancos, vem de lá, de todos os santos, me empurra pelas costas me acelerando o passo. Corre, corre, corre, vamos fazer vento amor, circular essa energia tão concentrada nessa areia, circular essas ladeiras, que inclinam feito balança com o peso das nossas besteiras, fragmentadas em paralelepípedos espalhados por aí, - vem por aqui, que aí tem perigo, - mas é perigo pequeno... e as ondas batendo, batendo... pequenas e companheiras me carregam pela beira, e beirando os imprevistos eu sigo a vida inteira...

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