sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A vida das coisas


Tudo o que me é visceral quando escrevo parece pouco diante das vísceras. No exato instante da coisa pareço rasgar o peito deixando eclodir dele palavras, mas quando me encontro com elas me parecem tão insossas e infladas de certeza... No entanto a coisa não é certa, a coisa é muito confusa. A certeza, na realidade, é nenhuma e as vísceras são demasiadas para serem descritas. Me vejo enchendo de palavras a coisa. Que coisa!!! Ajo, portanto equivocadamente, como quem tem o direito de exigir cada coisa em seu lugar. E dentro da vida das coisas sou inteiramente capacitada de não conseguir descrever a vida das coisas. E na minha inteira capacidade acaricio meu ego tão capaz, mesmo que tão capaz de não conseguir. Vísceras só podem ser sentidas, não podem ser descritas e hoje não quero ser rasa, então só vou sentindo... sentindo...

Um comentário:

Bárbara Cabral disse...

vísceras. a dor de ser não-coisa dói muito, eu sei!
beijos!
gosto quando escreve.